terça-feira, 6 de julho de 2010

O homem é aquilo que ele pensa ser...

Livros de auto ajuda e similares tem bombado no mundo inteiro. Na verdade isso reflete que as pessoas tem se desvalorizado mais nos últimos tempos, e isso é muito ruim.
Não há problema em ter um emprego que , aos olhos dos outros vale menos, o segredo está, em achar que ainda que o seu oficio não seja visto como o mais importante, nele você tem um diferencial.
Quando escolhi fazer a faculdade de Letras ( justamente por causa do longo curso de inglês) , muitas pessoas me disseram o jargão setelagoano mais famoso do século : "Professor aqui em Sete Lagoas, é só sacudir qualquer árvore que cai cinco" , eu me senti um lixo. Mas daí eu me lembrei dos professores que deram aula pra mim, e lembrei que tinham uns muito frustrados, e outros, que marcaram pelo prazer de ensinar. Resolvi encarar, de fato pensando que poderia ter um diferencial.
Comecei a trabalhar no segundo ano da faculdade empolgadíssima, dando aulas de português.
Sinceramente, fiquei muito , mas muito mesmo apaixonada por ensinar. Aquela sala, chei de olhos grudados em mim, por vezes me fez chorar , por dentro e por fora, por que eu pensava : " meu Deus, eles estão prestando atenção no que eu estou falando!". De fato é muita responsabilidade.
Depois de 4 anos ensinando apenas português, surgiu uma oportunidade de mudar de matéria, e decidi que eu queria ensinar inglês, justamente por que , (até hoje penso assim) , parte dos professores de inglês da rede pública não sabem inglês.
Como isso pode acontecer? Funciona mais ou menos assim:
- Existem poucos professores de inglês que gostam do que fazem
- Esses poucos conseguem despertar o gosto pela língua em um número pequeno de alunos
- Alguns alunos tem condição de estudar inglês numa escola de línguas .
- Esses alunos que estudam em escola de línguas e gostam , descobrem quanto ganha um professor da rede pública e vê que se ele for trabalhar na rede pública não compensa o investimento que ele fez, e devido a isso vai trabalhar na rede privada
- Não há professores qualificados para atender a toda demanda da rede pública, e sobram vagas pra pessoas habilitadas em Letras, mas que não sabem ou não gostam de inglês ....
E o que acontece?
Alunos odiando inglês, e aprendendo menos ainda.
Escola pública vicia = FATO. Sendo assim, queria pelo menos ensinar com prazer, eu gosto das duas línguas, e consegui fazer boas pontes entre as duas, tá valendo.
Passei em 1° lugar num concurso pra dar aulas de inglês e literatura em escolas municipais, isso era muito bom pro tipo de trabalho que eu gosto de fazer, e na outra, efetivada apenas em inglês.
Tenho tido bons testemunhos dos meus ex - alunos, e sinto prazer em ver que as coisas simples que eu fazia na sala, despertou o interesse em alguns, to dentro da parcela * exceção* daquela listinha ali em cima, aqueles que gostam de dar aula de inglês, e sonham em ser valorizados pelo governo juntamente com os outros conteúdos.
Sou mais uma na multidão? Sim. Mas, faço a minha diferença do meu jeito. Pra mim, que sei o esforço que eu faço pra dar uma aula, o que eu faço é novo, empolgante! Se para os demais não é paciencia, e digo , é verdade : O homem é aquilo que ele pensa ser. E quer saber? Eu sou a melhor professora de línguas de toda a rede pública. Eu arraso! Assista a uma aula minha e prove o contrário. =]

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